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Estudo da ANA revela que quase metade das águas em área urbana tem má qualidade

Pedro Peduzzi Repórter da Agência Brasil Brasília – Apesar de 81% dos recursos hídricos monitorados no Brasil estarem em excelentes ou boas condições, o baixo índice de coleta e tratamento de esgotos faz com que 47% das águas localizadas em áreas urbanas sejam avaliadas como ruins ou péssimas. A constatação faz parte do estudo Panorama da Qualidade das Águas Superficiais – 2012, divulgado hoje (19) pela Agência Nacional de Águas (ANA). Dos 1.988 pontos monitorados em 2010 pela ANA, tanto em áreas urbanas como rurais, 75% apresentaram boa condição do Índice de Qualidade de Água (IQA). O estudo mostra que 6% foram classificadas como excelente, 11% como regular, e 7% como ruim ou péssima. A situação é bem diferente quando o meio analisado é o urbano. Em 47% dos 135 pontos monitorados, a condição da água analisada foi classificada como péssima ou ruim. A ANA atribui esse fato à “alta taxa de urbanização nessas regiões e aos baixos níveis de coleta e tratamento de esgotos domést

A importância da Justiça para a sustentabilidade

                                     Cláudio dell'Orto* O Poder Judiciário tem papel relevante no cumprimento dos objetivos da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a ser realizada entre os dias 20 e 22 de junho. Afinal, as transformações necessárias a serem implementadas nos processos produtivos industriais e na agropecuária, os novos modelos de ocupação e uso do solo e o investimento de recursos do Estado na inclusão social e erradicação da miséria são potencialmente geradores de conflitos, cuja solução acabará recaindo nos tribunais. As dificuldades verificadas ao longo do processo histórico recente — constatadas nos débeis resultados do Tratado das Florestas e da Agenda 21, heranças da Eco 92, realizada há 20 anos, no Rio de Janeiro, bem como do Protocolo de Quioto, que expira em 2012 — testemunham a natureza conflituosa entre as metas do crescimento econômico, da preservação ambiental e de uma distribuição mais justa da renda. Tais

Ato Cívico contra o Rodoanel Norte

Manifestação, dia 16 de junho, sábado, pretende esclarecer sobre os prejuízos sociais e ambientais que a obra trará à cidade de São Paulo. Organizadores lembram que os R$ 6,5 bi permitiriam a construção de 24 km de metrô, 162 km de monotrilho ou 1.100 km de corredores de ônibus Lideranças comunitárias e ambientalistas convocam um Ato Cívico contra o Rodoanel Norte. O ato público acontecerá no dia 16 de junho, sábado, das 14h às 16h, na área livre ao lado da Biblioteca de São Paulo, junto à estação de metrô Carandiru. Na reunião, os militantes pretendem esclarecer a opinião pública sobre os problemas que a megaobra provocará ao delicado sistema da Serra da Cantareira e às áreas de amortecimento do Parque Estadual da Cantareira, além de alertar para as interferências no clima de toda a cidade. A convocação do ato coincide com a divulgação de denúncias do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, de que as obras do Rodoanel Sul

Fortalecer o setor público

Fortalecer o setor público Em artigo no jornal Valor Econômico (29/5/2012), o presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) defende a ampliação da participação do setor privado no saneamento ao afirmar que “O capital privado está presente em vários setores da infraestrutura, com diferentes níveis de intensidade e participação. Ao mesmo tempo em que libera os recursos públicos para serem aplicados em áreas essenciais como saúde, segurança e habitação”.

A indústria dos relatórios de sustentabilidade: mais informação significa maior transparência?

Por Ricardo Zibas*             Nos últimos anos, temos acompanhado a evolução da publicação de informações socioambientais pelas corporações globais, na forma de relatórios de sustentabilidade ou de responsabilidade corporativa. Mas até que ponto a evolução na quantidade de informações é também uma evolução qualitativa? Recentemente, a KPMG divulgou a sua última pesquisa sobre o tema, abrangendo as 100 maiores companhias de 34 países (totalizando 3.400 organizações), entre eles o Brasil. Das 100 maiores empresas brasileiras, 88 reportam informações socioambientais, colocando nosso país na 6ª posição entre os 34 países estudados. Ficamos atrás do Reino Unido (100% das 100 maiores empresas reportam), Japão (99%), África do Sul (97%), França (94%) e Dinamarca (91%). No caso da África do Sul e da França, vale lembrar que existe uma matriz regulatória que demanda a divulgação de informações socioambientais, o que é um fator preponderante para a obtenção de índices mais altos. Conside

Correios apresenta práticas ambientalmente sustentáveis

Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, os Correios realizarão em todo País ações como plantio de mudas, exibição de filmes, palestras, entre outras. Um dos eventos será a solenidade de lançamento dos selos da Rio+20, na terça-feira (5), no Palácio do Planalto, com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Em 2011, os Correios desenvolveram diversas práticas sustentáveis, entre as quais coleta seletiva solidária, coleta e descarte adequado de malotes e lâmpadas, uniformes, palets de madeira, toners, cartuchos, baterias de celular, pneus e pilhas, dentre outros. Só no ano passado, as ações sustentáveis dos Correios resultaram no plantio de quase 70 mil mudas em todo Brasil e na reciclagem de mais de 546 toneladas de plástico. Nos últimos três anos, cerca de 20 mil pessoas foram beneficiadas pelo EcoPostal — programa dos Correios que possibilita a entidades sem fins lucrativos reutilizarem uniformes, malas e malotes postais sem condições de uso para confecção de b

Atingidos por barragens retomam mobilizações

Na próxima semana, os atingidos por barragens de todo o país voltam a se mobilizar para defender os bens naturais, denunciar o avanço do capital sobre a natureza e lutar pelos seus direitos. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) integrará as ações da Via Campesina e movimentos sociais que marcarão o 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.  A mobilização do dia 5 de junho é em preparação para a Cúpula dos Povos, atividade dos movimentos sociais paralela à Rio+20, que acontecerá entre os dias 15 e 23 no Rio de Janeiro. Os movimentos vão denunciar as falsas soluções apresentadas pelas empresas para a preservação do meio ambiente, baseadas no aumento da apropriação dos bens naturais e na violação dos direitos humanos, e pautar os temas da soberania alimentar e energética. “A luta será contra as tentativas de privatização dos bens naturais, em especial da água e da energia. Nós do MAB vamos denunciar a contradição do modelo energético brasileiro, que se apresenta como ‘limpo’,