O futuro das empresas depende da valorização da biodiversidade
* por Ulisses Sabará
Apostar
no uso da biodiversidade como forma de valorização dos negócios é uma
realidade cada vez mais próxima das empresas, principalmente no Brasil,
um país repleto de riquezas naturais e com 60% de seu território
cobertos por vegetação. No entanto, para investir nessa tendência, é
preciso saber aproveitar os recursos da natureza de maneira sustentável.
Em outras palavras, para manter a competitividade, é preciso estar
alinhado à necessidade do consumidor, a cada dia mais atento a
transparência, ética e respeito ao meio ambiente.
Aliás,
essa é uma questão que foi abordada recentemente pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI), ao apresentar o estudo “Retrato do uso
sustentável de recursos da biodiversidade pela indústria Brasileira”. A
análise ouviu 120 executivos de pequenas, médias e grandes indústrias.
Entre
os pontos apresentados, chama a atenção o fato de que 86,7% dos
gestores brasileiros enxergam que a importância atribuída ao uso da
sustentabilidade aumentou nos últimos cinco anos. Para eles, isso ocorre
devido à maior conscientização das pessoas, ao aumento de campanhas
ligadas ao tema e também ao fato de os empresários estarem mais atentos
ao uso sustentável da biodiversidade.
A
análise ainda apontou que, nos últimos dois anos, 52,5% das empresas
investiram em produtos que utilizam recursos da biodiversidade. Além
disso, no mesmo período, 48% das companhias de grande porte investiram
em ações ou projetos voluntários de conservação ambiental.
Os
resultados mostram que o país está muito mais comprometido com o
respeito ao meio ambiente do que há alguns anos. Muitos já enxergam que a
biodiversidade tem o poder de tornar os negócios mais competitivos. E a
meta é que, com o passar dos anos, novas companhias se inspirem e
invistam em modelos de negócios mais transparentes, com cadeias de
produção comprometidas com o bem-estar das gerações atuais e futuras.
Afinal,
existe um interesse crescente da população mundial por produtos
eficazes e que tenham uma história verdadeira de sustentabilidade por
trás deles. E é nisso que a Beraca aposta ao trabalhar com produtos de
origem não madeireira, como frutos e sementes da biodiversidade
brasileira. O modelo de negócio adotado pela empresa garante não somente
a preservação dos biomas naturais, mas também a criação de uma cadeia
de valor, capaz de estimular a preservação ambiental e promover uma
melhoria na qualidade de vida das famílias extrativistas.
Esse
é apenas um exemplo. O importante é mostrar que, para uma mudança
sustentável, é preciso investir na criação de sistemas, processos e
políticas. Certamente, com ações capazes de recuperar e tratar o solo e
preservar as florestas e as plantações, será possível resgatar o valor
das riquezas naturais e ampliar ainda mais o poder da nossa
biodiversidade. Essa é uma iniciativa capaz de transformar o meio
ambiente e a nossa economia.
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