Sustentabilidade corporativa: um reporte dos avanços globais
Por
Ricardo Zibas*
A KPMG International, em conjunto com a Economist Intelligence Unit,
divulgou recentemente um estudo sobre a importância da sustentabilidade dentro
do ambiente de negócios e a atitude dos executivos em relação ao tema. Esta
pesquisa global entrevistou 378 gestores de empresas em uma série de indústrias,
abrangendo a América do Norte, Europa, Ásia, Oceania, América do Sul, África e
Oriente Médio. Cerca de 40% das organizações pesquisadas possuem receita anual
superior a US$ 1 bilhão.
Como principais tendências identificadas pelo estudo, podemos
citar:
· Nos
últimos três anos, o tema sustentabilidade subiu em prioridade na agenda
corporativa: 62% dos respondentes possuem uma estratégia específica para o
assunto, em comparação aos 50% que a possuíam em fevereiro de 2008, data da
pesquisa anterior;
· Os
drivers principais foram ampliados: apesar de as exigências regulatórias,
reputação da marca e gestão de risco continuarem sendo motivos extremamente
relevantes para a adoção de uma estratégia em sustentabilidade, a necessidade de
redução de custos passou a aparecer em destaque, principalmente para a questão
ambiental, por meio da economia de recursos e energia;
· A
sustentabilidade está sendo vista como fonte de inovação: 44% dos executivos
concordam que ela gera condições para a inovação, e 39% a vêem como fonte de
oportunidade de novos negócios;
· As
empresas estão cada vez mais se ocupando em medir e reportar a sua performance
em sustentabilidade: 36% realizam reportes públicos anuais de suas informações
de sustentabilidade, e 19% planejam fazê-lo no próximo exercício fiscal. Os
maiores desafios para o reporte continuam sendo a geração dos dados e o
estabelecimento de benchmarks;
· As
empresas desejam contar com um sucessor para o Protocolo de Kyoto: dois terços
dos executivos entrevistados consideram crítica e muito importante a adoção de
um novo marco regulatório para suceder o primeiro período de compromissos, que
expira em 2012.
Para exemplificar a adoção das estratégias de sustentabilidade citadas, convém
destacar o uso de planejamento de cenários para a definição de riscos e
oportunidades; a colocação de metas ambiciosas para liderar por meio de
exemplos; a medição dos dados ambientais e sua relação com a produtividade
dentro do negócio; o estímulo ao engajamento dos funcionários e da cadeia
produtiva; a aplicação das lições aprendidas internamente em produtos e serviços
externos; a exploração dos “efeitos colaterais” da sustentabilidade; e o uso de
benchmarks e reporte contínuo do progresso das
ações.
Assim, uma das conclusões da pesquisa é que o assunto “sustentabilidade” deixou
de ser privilégio de uns poucos iniciados ao tema e virou mainstream.
Entretanto, os executivos são unânimes em apontar a necessidade do
desenvolvimento de padrões e definições que possam ser aplicadas em um grande
número de indústrias e ampliadas para os seus fornecedores. Aliás, este parece
continuar sendo o grande desafio: como comparar, analisar e reportar
corretamente os dados e iniciativas de sustentabilidade.
* Ricardo Zibas é
gerente sênior
da área de Sustentabilidade da KPMG no Brasil
** O
estudo completo encontra-se disponível para download no endereço:
www.kpmg.com/Global/en/IssuesAndInsights/ArticlesPublications/Pages/corporate-sustainability.aspx
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